quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Contagem Regressiva -------- Minhas memórias

            Chegamos ao final de novembro e faltam 24 dias para o Natal. Há sempre alguma coisa boa nos emocionando. Hoje, ví o Coral de pessoas de rua e fui às lágrimas. O mundo à nossa volta tem muito a nos ensinar. Pessoas que não têm onde morar e perambulam pelas ruas, sem rumo, perdidos de suas famílias, sem esperança, sem condição de nada, levadas a isso pelo vício , pelo abandono, mas que são gente como nós e na maioria, melhores que nós, que temos tudo e não sabemos nada. Alguém , de coração puro, reune essas pessoas num Coral, dando-lhes a oportunidade de participar do Natal. É lindo demais, é nobre e merece todo nosso entusiasmo e nossos aplausos. Esse exemplo de cidadania , nos mostra que é possível  tocar o coração daquelas pobres criaturas e fazê-las felizes, devolvendo-lhes a dignidade e a alegria de prestarem sua homenagem ao Jesus, manso e humilde que as ama ,com toda certeza.  Isso é a magia do NATAL!  Como podemos ficar indiferentes , diante de tanta emoção que nos inspira essa época do ano? Como podemos não perceber a transformação que toma conta de todos que entendem e procuram fazer do Natal, uma data de amor, de confraternização, de alegria, de encantamento ?
             Como grande amante das festas natalinas, não consigo ignorar tudo que se refere a elas e me desmancho toda diante de um Papai Noel, de uma rua decorada. Aqui, em São Paulo, existe uma rua que me fazia sentir na terra do bom velhinho. Os lojistas se reuniam e decoravam a pequena rua de uma forma belissima. Tinha até neve e, a primeira vez que fui lá, chorei de emoção. Era muito gostoso curtir aquele espaço tão pitoresco que me levava imediatamente à infância, não porque eu tenha visto igual , quando pequena , mas pela sensação de estar vivendo o encantamento que o Natal sempre me trouxe.
              Na nossa saudosa Usina Trapiche, desfrutávamos dos  festejos natalinos com a euforia de crianças,
sem a preocupação com nada que não fosse a alegria de estarmos juntos, sem grandes ambições, curtindo tudo que estava ao nosso alcance. Isso se repetiu mesmo na idade adulta, quando já não morávamos lá e que era sagrado reunir todo mundo. Mamãe continuou fazendo tudo igual, nos deliciando com suas comidas gostosas e nunca faltaram o licor de jenipapo e os seus famosos pasteizinhos. 
              E por falar em licor de jenipapo, tenho uma de Eduardo , que não posso deixar de contar. O licor estava pronto e todos nós tinhamos o direito de provar. Eduardo, que na época, tinha uns 8 anos, pediu a prova e Lia lhe deu um pouquinho, que ele chorando não aceitou, porque queria MUITOOOO. Lia encheu um copo, deu a ele e falou - agora,você tem que tomar tudo ! Ele tomou e foi o seu primeiro porre. Dormiu o resto do dia, completamente bêbado.  Hoje, não vejo o tal licor há muitos anos. Para fazê-lo, tinhamos que caminhar muito em busca do fruto do mato . Essas coisas são muito preciosas prá mim  e eu me sinto criança de novo , tentando fazer com que outras pessoas participem desse meu mundo mágico !

         

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Contagem Regressiva

           Faltam 26 dias para o Natal  e muita gente ainda não sabe como vai ser o dia 24 de dezembro. O ano foi difícil prá  alguns. Uma crise financeira abala o mundo e complica a vida dos brasileiros que são infalivelmente atingidos por esse estado de coisas. Não devemos, por mais difícil que seja , deixar que o período de "vacas magras", tire o brilho da esperança que o nascimento do Menino Jesus nos trás. O importante é comemorar com a familia e os amigos, essa promessa de vida melhor. Se não tivermos peru, que tenhamos um frango gostoso, se não tivermos presentes , que tenhamos no coração, a satisfação de estar perto de quem amamos e de quem nos ama.
           Vamos lembrar que Jesus nasceu pobre, longe da sua casa, para fugir daqueles que não queriam a sua vinda , porque sabiam que Ele estava vindo para mudar o mundo, para ensinar a todos nós que o seu arsenal consistia apenas de AMOR. E o homem não entendeu a sua mensagem e o sacrificou. Há dois mil anos, as suas palavras ecoam cada vez mais fortes e são reconhecidas até por quem não é cristão. Vale a pena comemorar o seu aniversário, fortalecendo em nossos corações a ideia de que somos filhos de Deus, de um Deus tão misericordioso que nos mandou um espírito de muita luz, para nos mostrar o caminho certo.
Não podemos lembrar d'Ele, apenas nos momentos difíceis e sim agradecer todos os dias pela sua proteção e festejar o seu nascimento com alegria e muito amor no coração. Nesse dia , vamos esquecer as mágoas, as injustiças, as desavenças e vamos oferecer a quem amamos e ao nosso póximo,um pouco daquilo que aprendemos com Ele.
            Se não temos muito, vamos oferecer a nossa amizade,a nossa solidariedade, a nossa alegria, os nossos melhores sentimentos e fazer com que principalmente as crianças sejam felizes e possam guardar boas lembranças do Natal. O glamour da festa, com todos os seus encantos , está em todos os lugares para quem quiser ver. A presença do bom velhinho com o seu tradicional  " Ho!Ho!Ho!"para encantamento das crianças,está nas ruas , na TV, nas lojas , em todo canto. É o espírito do Natal que nos envolve e nos deleita.
           O nosso Natal será marcado pela reunião da família , na nossa simplicidade de sempre, sem ostentação ou qualquer tipo de coisa que esteja fora do nosso alcance. Eu só quero que seja especial e que todos fiquem felizes como eu sempre fico com   a sua presença!
          Pensem nisso tudo e peparem a sua festa de amor e paz , com o coração aberto para receber o nosso SALVADOR !!!

domingo, 27 de novembro de 2011

Contagem Regressiva

         Faltam 28 dias para o Natal  e a minha expectativa aumenta e me leva a percorrer os caminhos de um passado que ficou  na querida Usina Trapiche, pelos idos dos anos 40 e 50.  O Natal estava chegando e nós contávamos os dias como conto hoje, com a mesma emoção. Talvez algunhas pessoas, não entendam esse meu fascínio pelo Natal, por não terem boas lembranças ou porque não curtem as festas de final de ano.
         Os preparativos para o nosso Natal daquela época ,eram bem diferentes . A festa na Usina acontecia todos os anos no páteo em frente ao armazém ( o Supermercado da Usina , que tinha de tudo um pouco ). A nossa maior expectativa era o Parque de Diversões, que vinha não sei de onde , e era montado  nesse lugar. O nosso  "Play Center" constava de uma roda gigante, um carrocel, um brinquedo que parecia um guarda-chuva com cadeirinhas que giravam e, as barcas. Ah, as Barcas! Essa era a melhor atração. Íamos em dois ,balançar o máximo possível desafiando os outros, prá ver quem conseguia chegar mais alto.Como nos divertíamos !!!  O parque era montado um tempo antes do Natal e assim tinhamos muito o que fazer até o dia esperado.
         Na frente do cinema , havia uma árvore enorme, onde penduravam os presentes das crianças, filhos dos funcionários. Dias antes, a Direçaõ da Usina, passava uma lista ,onde cada um colocava o sexo e idade dos filhos, recebendo uma senha numerada, que dava direito a um presente. Dá prá imaginar uma árvore de verdade, cheia de luzes e presentes pendurados? As luzes eram lâmpadas comuns. Naquela época, não existiam as luzinhas de hoje, pisca-pisca etc., mas era tudo muito lindo! Na noite de Natal, os presentes seriam distribuídos antes da meia-noite e as crianças ficavam rondando e esperando que chegasse logo a hora. Era demais!
         Ao lado do cinema ficava o clube onde rolava o baile que ia até a hora da missa do galo. Os adultos se divertiam dançando e nós crianças , andando de um lado para outro curtindo todo o movimento da festa.
No páteo em frente ao armazém, montavam barraquinhas que vendiam de tudo. Papai , todo ano colocava uma barraca com seu sócio o "Galego" , na qual vendiam panelas, bacias , bules, chaleiras e até pinicos. No dia que ia a Recife fazer as compras de Natal, vinha carregado das quinquilharias para o seu comercio.
Até hoje posso sentir o cheiro do cachorro quente ( pão com carne moída, com molho ) , vendido na feirinha . O sabor daquele cachorro quente era maravilhoso  e maravilhosa era a nossa vida na pacata Usina Trapiche, o pedacinho de céu das nossas vidas !
                          

Contagem Regressiva

Faltam 27 dias para o Natal e na minha ansiedade, tenho procurado despertar o espírito natalino em todos, porque quero que neste ano ele seja especial. As minhas crianças , do seu jeito, já montaram a nossa árvore e fizeram uma bagunça sem igual. Mesmo assim , estou feliz e curtindo a alegria deles. Os pedidos de presentes ao Papai Noel, já foram feitos e quem quiser que se vire para atendê-los. Eu, como sou avó e eles são muitos, há anos dou a mesma coisa : um kit completo de roupas íntimas e produtos de higiene pessoal. Nada de brinquedos, porque isso é lá com o velhinho do trenó. Adoro dar presentes e faço eu mesma, uma  lembrancinha para cada uma das pessoas que vêm para a nossa ceia. É uma noite de muita magia e emoção que a cada ano me faz muito feliz.
Acontece que nessa época do ano, me sinto mais próxima do que vivi na infância e remexendo os guardados da memória ,quero trazer à tona todas as coisas boas, os dias encantadores que vivemos na Usina Trapiche. 
É difícil organizar tantas lembranças e assim vou contando aquilo que me vem à mente.
Ontem, falei de como a festa era preparada, lá na nossa comunidade e necessário se faz dizer que todos participavam dos  benefícios que a Usina proporcionava. Todos tinham casas confortáveis , água , luz, fornecimento de lenha, coleta de lixo , dentista, médico, farmácia e se houvesse necessidade de uma urgência de saúde, o aviãozinho Teco-Teco, levava para Recife, onde o atendimento médico era feito no Hospital com o qual a usina tinha convênio. Não se pagava nada por esses serviços. Ainda tinha o Armazém ,açougue e barbearia, que eram arrendados a pessoas que também faziam parte da comunidade.
Tinhamos  Escola  Primária e Posto de Saúde, Cinema , Campo de Futebol e um Clube. O interessante era o serviço de fornecimento de lenha, água potável e coleta de lixo, feito por carroças puxadas por bois.Era uma ótima brincadeira , pegar pigú ( carona ) nos carros de boi. Fazíamos sempre isso e uma vez Luíza, pequena então, foi emprensada no muro por um desses bois, dando o maior susto em mamãe.
        Valério, Carlos, Murilo e Luiza nasceram na usina , mas aí pelo anos 43/44, papai com seus conhecimentos empíricos de engenharia, foi convidado a construir uma barragem em Gravatá e lá ficou até 46. Nesse período de mais ou menos três anos , nascemos eu e Eduardo. Nós dois não lembramos de lá porque fomos muito pequenos, eu com dois anos e "Duardo" com meses , para a Usina. Mesmo assim ,sei de muita coisa que aconteceu por lá e, vou contar direitinho as histórias que ouví :
       O mundo estava em guerra e as coisas ficavam difíceis. Havia racionamento de tudo, inclusive de leite. Papai com sua sabedoria, resolveu criar cabras no quintal, assim resolvendo o problema do leite.Nessa época, os três mais velhos que se tratavam por " ZÉ " aprontavam das suas... Um dia, mamãe desconfiou do silêncio dos três que brincavam no quintal e quando lá chegou viu a cena: Valério e Carlos entupiam a boca de Murilo com os "cocôzinhos " das cabras e diziam que eram azeitonas. - De outra feita, Valério chegou em casa chorando porque o filho do vizinho havia batido nele. Papai falou prá ele que não tinha que chorar e sim meter o pau nele também. No dia seguinte o pai do menino foi conversar com papai. Valério cumpriu literalmente , o conselho : pegou um pedaço de pau e bateu no menino. Os três foram campeões de tavessuras. Comigo, aprontaram algumas incontáveis...
       De Gravatá , levamos Maria Brejeira , babá de Eduardo, que a chamava de Bejelinha. Essa figura também faz parte da nossa história. Ela era muito engraçada e falava muito errado  mas era uma pessoa adorável, da qual tenho muita saudade e boas lembranças !

Contagem Regressiva

Mensagem do dia :
" Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá, porque todo aquele que pede recebe, quem procura acha,e se abrirá àquele que bater à porta".
( Mateus, cap.VIII, v. de 7 a 11)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Contagem Regressiva

Contagem Regressiva: 29 dias para o NATAL. Vocês já foram ao Correio? Façam um pouquinho por quem não tem nada. Nossas crianças precisam do carinho de cada um de nós. O brasileiro é muito generoso e sabe como pode fazer uma criança sorrir. Temos exemplos maravilhosos de amor e solidariedade, todos os dias e, isso nos emociona e incentiva a fazer a felicidade dos brasileirinhos menos favorecidos,... especialmente no Natal ! Vamos nessa!
Ontem, falei do quanto o Seu Abel gostava de pescar e fiquei pensando no rio, atrás de casa, o rio ITAPIRUÇU, que por sua vez faz parte da nossa infância tão preciosa. Papai pescava nele e nós faziamos dele o nosso "Parque das Águas".
O rio vinha serpenteando a várzea e a certa altura , era represado e depois despencava em uma queda d'água que ,no nosso imaginário infantil, era uma cachoeira. A parte represada tinha uma certa profundidade e era aí que íamos tomar banho. Não tinha essa história de colete salva-vidas ou coisa parecida. Também não precisava saber nadar porque os maiores nos jogavam de qualquer jeito e aprendíamos na marra! Lembro de Eduardo se afogando e os outros morrendo de rir. Todos nós fomos submetidos a essa prova do " salve-se quem puder". Depois, era só farra e demonstrações de saltos olímpicos.
O rio seguia seu curso e logo passava atrás da nossa casa. Certa vez , resolvemos fazer uma ilha no meio dele. Todos buscavámos pedras que eram amontoadas, para imitar uma ilha. Não foi uma operação fácil, claro. Hoje vemos o rio como um riacho, segundo Eduardo, mas na época era um RIIIIOOOO.
Outras delícias que o rio nos oferecia, era poder pescar camarões com " jereré " , tipo de rede de pesca, que nós mesmos faziamos ou colher ingá nos ingazeiros às suas margens. Fechar o registro de água da casa, também era uma técnica para que mamãe nos deixasse tomar banho de rio, sob os protestos de papai que não queria os banhos . Isto porque, Dr Pedro, médico da usina e amigo de papai, falava do perigo de contrair doenças que, graças a Deus nunca tivemos.
A nossa casa ficava num nível bem mais alto que o rio, o qual na época das chuvas , transbordava e virava um oceano. Disso, nunca participei por ser
menina, mas os meninos faziam jangadas com troncos de bananeiras e se aventuravam nas águas barrentas da enchente.
Tenho pena das nossas crianças , que não têm ou não tiveram oportunidade de curtir todas as maravilhas de uma vida em contato com a natureza, uma vida livre, sem frescuras, saudável e cheia de encantos ! Fomos abençoados de ter tido tudo isso e muito mais ! É muito bom ter saudade e reviver essas lembranças !