domingo, 27 de novembro de 2011

Contagem Regressiva

         Faltam 28 dias para o Natal  e a minha expectativa aumenta e me leva a percorrer os caminhos de um passado que ficou  na querida Usina Trapiche, pelos idos dos anos 40 e 50.  O Natal estava chegando e nós contávamos os dias como conto hoje, com a mesma emoção. Talvez algunhas pessoas, não entendam esse meu fascínio pelo Natal, por não terem boas lembranças ou porque não curtem as festas de final de ano.
         Os preparativos para o nosso Natal daquela época ,eram bem diferentes . A festa na Usina acontecia todos os anos no páteo em frente ao armazém ( o Supermercado da Usina , que tinha de tudo um pouco ). A nossa maior expectativa era o Parque de Diversões, que vinha não sei de onde , e era montado  nesse lugar. O nosso  "Play Center" constava de uma roda gigante, um carrocel, um brinquedo que parecia um guarda-chuva com cadeirinhas que giravam e, as barcas. Ah, as Barcas! Essa era a melhor atração. Íamos em dois ,balançar o máximo possível desafiando os outros, prá ver quem conseguia chegar mais alto.Como nos divertíamos !!!  O parque era montado um tempo antes do Natal e assim tinhamos muito o que fazer até o dia esperado.
         Na frente do cinema , havia uma árvore enorme, onde penduravam os presentes das crianças, filhos dos funcionários. Dias antes, a Direçaõ da Usina, passava uma lista ,onde cada um colocava o sexo e idade dos filhos, recebendo uma senha numerada, que dava direito a um presente. Dá prá imaginar uma árvore de verdade, cheia de luzes e presentes pendurados? As luzes eram lâmpadas comuns. Naquela época, não existiam as luzinhas de hoje, pisca-pisca etc., mas era tudo muito lindo! Na noite de Natal, os presentes seriam distribuídos antes da meia-noite e as crianças ficavam rondando e esperando que chegasse logo a hora. Era demais!
         Ao lado do cinema ficava o clube onde rolava o baile que ia até a hora da missa do galo. Os adultos se divertiam dançando e nós crianças , andando de um lado para outro curtindo todo o movimento da festa.
No páteo em frente ao armazém, montavam barraquinhas que vendiam de tudo. Papai , todo ano colocava uma barraca com seu sócio o "Galego" , na qual vendiam panelas, bacias , bules, chaleiras e até pinicos. No dia que ia a Recife fazer as compras de Natal, vinha carregado das quinquilharias para o seu comercio.
Até hoje posso sentir o cheiro do cachorro quente ( pão com carne moída, com molho ) , vendido na feirinha . O sabor daquele cachorro quente era maravilhoso  e maravilhosa era a nossa vida na pacata Usina Trapiche, o pedacinho de céu das nossas vidas !
                          

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