sexta-feira, 7 de setembro de 2012

INDEPENDENCIA OU MORTE!

Chegou setembro, o mês mais bonito do ano, cheio de promessas e de lembranças, o mês que nos traz o sol, a primavera, a vida.
Hoje, o Brasil comemora a sua libertação de Portugal. O país está em festa e a data é de muito saudosismo para pessoas que, como eu, aprenderam o significado da palavra INDEPENDENCIA. Aprendemos que “Os grilhões que nos forjavam” foram quebrados e que a partir dai, estaríamos livres da exploração e da extorsão pérfida e determinante que nos oprimiam, enquanto Colônia.
Quantas vezes fui apreciar o desfile de patriotismo que empolgava os brasileiros crentes, como eu de uma verdadeira INDEPENDECIA! Quantas vezes fui prestigiar o dia mais importante da vida do cidadão brasileiro! 
Quantas vezes participei do desfile, com o entusiasmo dos estudantes da minha infância, marchando garbosos e sabendo cantar os hinos da Pátria Amada!
Já adulta, fiz questão de levar meus filhos, pequenos na época, de ônibus, de Olinda até a Av. Conde da Boa Vista, em Recife, para que participassem da festa cívica do 7 de setembro.
Tudo isso me parece muito distante e irremediavelmente me leva de volta ao passado, na nossa querida Usina Trapiche. Fecho os olhos e posso ver o pátio do Grupo Escolar forrado de rosa, das flores das grandes acácias, que explodiam sob nossos pés descalços. Posso ter a sensação gostosa que isso provocava. Havia também um Flamboyant que enchia de vermelho os nossos olhos maravilhados.
O Grupo Escolar era vizinho à nossa casa, de onde se podia ouvir as vozes empolgadas das crianças cantando os hinos da Pátria. Mamãe se divertia com os erros que elas cometiam como: “Recebe o OFETO que se encerra”...” ou” Brasil, um sonho intenso um raio SÚGIDO...” e por aí vai o besteirol da molecada, o que não é de se estranhar, visto que as palavras dos hinos são incomuns até para muitos adultos que não sabem o que significam. Mas a escola dava lições de civismo e amor à Pátria. E no dia 7 de setembro, perfiladas, as crianças marchavam solenes pela rua, aplaudidas pelos moradores que não perdiam uma parada.
A emoção de desfilar nessa data era muita e assim crescemos, com o entendimento de respeito às nossas manifestações cívicas. Sabíamos que D. Pedro I, de cima de um cavalo branco, com espada em punho, às margens do rio Ipiranga, deu o seu grito de “INDEPENDENCIA OU MORTE”, libertando o nosso Brasil da Coroa Portuguesa. Hoje , mais do que nunca, estou certa da versão do nosso avô Gaspar Peres, em um de seus livros (segundo papai falava) que o grito foi de dor de barriga. De dor de barriga, eu não sei, mas com certeza um grito de desespero em perceber que estava abrindo mão do nosso ouro, do domínio sobre nossas riquezas. Talvez até ele previsse que a proclamada independência fosse um prenuncio da nossa REPÚBLICA desfigurada, de hoje, da falta de patriotismo dos nossos governantes que fazem dos seus mandatos um pé de meia.
Não sei se hoje temos o que comemorar, sabendo que nos livramos do domínio de Portugal e caímos nas “MÃOS LEVES” dos brasileiros espertos, que nos oprimem com sua ganancia de poder e imoral formação de quadrilhas, que comandam o nosso País.
Sinto saudade sim, do tempo em que tínhamos esperança, do tempo em que nos ensinavam a respeitar as leis e as instituições brasileiras. Sinto saudade do tempo em que havia um lampejo de ética na política, do tempo em que candidatos se apresentavam à altura do cargo que almejavam. Hoje, eu não entendo mais nada. 
O Poder Judiciário é formado por pessoas capacitadas para julgar e aplicar as Leis, enquanto que os outros dois Poderes, o Legislativo e o Executivo, qualquer Zé sem um mínimo de instrução pode exercer. Como podemos reclamar das Leis e das decisões se eles nem sabem o que fazem? O cidadão comum, aquele que estuda, que investe tudo em melhores conhecimentos, que se doa ao bem comum, não consegue um salário digno, enquanto essa cambada sem preparo e sem escrúpulos mama nas tetas do tesouro público.
É, e mais um setembro nos promete a melhor estação do ano, mesmo assim. No meu Pernambuco lindo e hospitaleiro, o dia de hoje representa a abertura da temporada de praia. Lá , as chuvas se recolhem e o sol aparece com força, oferecendo dias luminosos a todos. É hora de festejar, de comemorar as maravilhas da natureza que, graças a Deus , estão nas mãos d’ Ele e não nas dos abomináveis governantes brasileiros!


Graça, 07 de setembro de 2012.

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