sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Casamento de Murilo e Vilma

           Não sei exatamente quanto tempo faz, acho que foi em 1969 ou 1970, que Murillo e Vilma subiram ao altar da Igreja N.Sra. do Rosário dos Pretos em Recife, para celebrar a sua união. Os dois já estavam noivos há um bom tempo e o casamento era acontecimento esperado na nossa história familiar.
           Talvez, Vilma tenha sido a noiva que mais se preparou para esse dia. Tudo foi cuidadosamente preparado por ela nos seus mínimos detalhes. Tudo estava perfeito, o casamento foi lindo e como era costume na época, a comemoração foi na própria igreja e constava de um bolo e champanhe que foram servidos aos convidados. Não se fazia festa em outro lugar. E assim foi , com muito brilho e encanto.
            A noiva vestia um vestido de renda francesa maravilhoso, de uma beleza simples e elegante, confeccionado com muito esmero. Vilma estava linda e feliz com tudo tão perfeito e a seu gosto. Murillo, sempre foi um homem bonito e no dia do casório, parecia um lord. Havia felicidade no ar e nessa ocasião , ainda tinhamos a venturosa  companhia de nossos pais. Estávamos todos reunidos numa festa linda e muito significativa.
           Lembro de todos os preparativos como se fosse hoje. Mamãe e papai estavam na nossa casa , em Olinda e lá se prepararam para a festa. Marluce, minha vizinha e amiga, (de saudosa memória) fez o vestido de mamãe que ficou maravilhosa de longo verde, cabelos arrumados, uma dama como sempre foi. Ela estava radiante porque fazia muito gosto com o casamento e era louca por Vilma, que tinha como filha. Não precisa falar que os dois, papai e mamãe estavam muito orgulhosos com o casamento de mais um filho. Dona Graça, pela primeira vez, levaria um filho até o altar, o que a deixava excitadissima. Enfim seria um dos destaques do acontecimento. E lá foi ela, tremendo os lábios, se controlando prá não chorar, porque era a emoção em pessoa. Conseguiu fazer seu papel direitinho !  Outra figurinha de destaque era a Flávia, que  foi daminha, ao lado do primo da noiva. Ela trajava uma saia longa, rosa e blusa branca de cambraia bordada, com mangas bufantes, de acordo com a moda da época e gosto de Vilma.  Na hora de ir para a igreja, ela estava tão nervosa que começou a se queixar de uma dor muito forte na barriga, motivo de preocupação para nós que não sabiamos o que fazer. Deu trabalho prá ela entrar na igreja com o seu par, que por sinal era seu desconhecido e muito maior que ela. Acho que esse era também o motivo da sua dor de barriga, em se tratando de Flávia. Enfim, não houve vexame por parte dela, só ameaça...
                   Na época do casamento, Luíza morava em Recife e Sergio me deu a idéia de usar uma roupa pintada por mim. Eu, como era muito metida, comprei um pano preto e fiz uma saia longa, que pintei com motivos florais, predominando um verde neon. Tudo sob orientação do meu cunhado entendido de moda. A blusa era verde, fina e de mangas compridas. Fui no cabeleireiro e fiz um penteado com uma peruca que eu tinha, que me deixou com cara de japonesa. O cabelo foi preso num coque e dele saíam trancinhas e mais trancinhas. Eu nem acredito que fiz tudo isso. Em suma, achei que eu estava linda ! O que a moda não faz com a gente ? Hoje, dou risada de mim mesma !
                    Quanto tempo já passou, quantas voltas nas nossas vidas, mas o certo é  que os noivos daquele dia, continuam juntos e não se desgrudam nunca. Um não consegue viver sem o outro e eu que convivi muito com os dois, sou testemunha desse amor que transcende. Viver com os dois, foi prá mim um grande privilégio, quando vim para o Rio e fiquei na casa deles. Fui acolhida por eles com meus filhos, no momento mais difícil da minha vida e só tenho que agradecer.
                    Os filhos que Deus lhes deu, são meus filhos também. Tenho o maior carinho por todos eles e sempre recebi muito de cada um. Vic, Victor, Murilinho e Mariana, são verdadeiras pérolas na vida de qualquer um. A distância de hoje não consegue afastá-los de mim e fico muito feliz quando os encontro.
                    É isso aí. Meu irmão, companheiro de tantas peraltices da infância , é hoje esse homem que admiro profundamente, meio carioca talvez, grande amante dos botecos do Rio, tomador de cerveja e rodeado de amigos, um grande gozador e muito parecido comigo, a cara de um ,focinho do outro, meu grande amigo de todas as horas. Atrás de um grande homem, sempre tem uma grande mulher e isso é a mais pura verdade, quando se trata do casal em evidência. Não tenho palavras prá descrever a grande mulher que é Vilma, essa criatura de fibra, forte, correta e amiga, a maior amiga que alguém pode ter na vida. Minha irmã de fé, sempre presente na minha vida, mãezona daquelas que nem leoa!
                    No aniversário de casamento dos dois, peço a Deus que lhes dê muita felicidade, muito amor, muita paz no coração pela certeza do dever cumprido, muita alegria com os filhos e netos e muita vida pela frente. !!!

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