Há alguns anos atrás , em uma das minhas viagens a São Paulo, um amigo que não está mais entre nós, o meu cicerone vip, que sempre me levava a conhecer os lugares interessantes da cidade, me apresentou o MASP e no seu pátio a famosa feira de antiguidades. Éramos muito ligados em arte e artesanato e sempre procurávamos lugares , onde houvesse coisas do tipo. Ficamos horas , olhando aquelas peças antigas e raras e nos deliciando com tanta coisa curiosa. Eu fiquei encantada com uma pulseira egípcia cheia de escaravelhos azuis e procuramos saber sobre o significado do besouro , sua importância como amuleto e tudo a respeito. O meu amigo, diante da minha paixão pela peça , resolveu me dar de presente, o que naturalmente adorei e coloquei no pulso , usando-a sempre.
Num determinado dia , em meu trabalho, atendi um cliente que era egípcio e ele me perguntou porque eu estava usando aquela pulseira de escaravelho. Disse-lhe que foi um presente e que a tinha como amuleto de sorte. Ele não comentou mais nada e o assunto morreu ali. No mesmo dia, pouco depois da conversa, um escaravelho se desprendeu e caiu no chão. Recolhi o bichinho e como a pulseira era grande, deu para reduzi-la, deixando fora a peça que se desprendeu. Pensando em um dia colocá-la de volta, embrulhei num papel de seda e a guardei numa gaveta, esquecendo dela. Pouco tempo depois, era mês de outubro e eu estava muito cansada e como fazia tempo que não tirava férias , pedi uma semana para passar na praia. Fui com a Leila , que era pequena e a Lia prá São José da Coroa Grande, uma praia linda do litoral sul de Pernambuco. Um senhor, amigo meu, me emprestou sua casa à beira mar, e nós passamos uns dias nessa praia paradisíaca. Foram dias muito gostosos e inesquecíveis , até porque lá eu perdi a minha preciosa pulseira. Não me dei conta a princípio e quando percebi a perda, fiquei triste ,mas não tinha o que fazer.
O tempo passou e até esqueci da pulseira e do escaravelho que havia guardado. Um dia , fui ao Rio , na casa de Vilma e ela me chamou para visitar uma senhora amiga. A referida senhora era uma dessas pessoas videntes que olham prá sua cara e dizem um monte de coisas da sua vida, sem nunca ter visto você. Deixei que ela falasse e em dado momento , ela me disse que eu tinha que me livrar de um besouro que estava em uma gaveta de um móvel da minha casa e que esse besouro era do mal e toda noite ele circulava pela casa e estava me prejudicando. Fiquei atônita porque não tinha a menor idéia do que ela estava falando. Ela insistiu e disse que eu tinha que pegar o besouro e jogar num lugar longe de mim, onde eu nunca passasse por perto. Achei que a mulher estava viajando, com uma história tão esquisita. Fomos embora dalí e eu muito encucada, fiquei quieta porque afinal , era uma senhora amiga de Vilma, uma pessoa em quem ela confiava e acima de qualquer suspeita.
Aquilo não me saía da cabeça e eu não parava de pensar no assunto, até que ainda no Rio, me lembrei da tal pulseira de escaravelho e resisti na hipótese de ser o presente que me foi dado por alguém que gostava muito de mim. Não podia ser isso e pedi a Vilma prá ir de novo na casa da sua amiga e falei da pulseira que há muito ,não estava mais comigo. Ela insistiu e disse que o besouro estava na minha casa e que eu precisava me livrar dele. E agora ? O que fazer? Voltei prá Recife e depois de algum tempo, me lembrei que eu havia guardado um pedacinho da pulseira. O pior é que eu não sabia onde o havia guardado e pus-me a procurá-lo desesperadamente e fiz o que ela mandou.
Não entendendo o porque de tudo isso, passei a pesquisar a respeito e na realidade, nada tinha a ver com o escaravelho e sim com a energia que estava na pulseira que tinha pertencido a outra pessoa e sabe Deus o que continha nela. Fiquei muito impressionada com isso e passei a ter o maior cuidado com os objetos que pertenceram a alguém que não conheço. Aprendi que somos energia pura e impregnamos essa energia em tudo que tocamos. Se a energia não for boa, do bem , podemos até adoecer ou ter outro tipo de problema. Quem é afeiçoado a objetos antigos que foram de alguém desconhecido, precisa antes de tê-los perto, neutralizar a energia neles contida, simplesmente fazendo uma prece e se for o caso lavar com bastante água. A prece e a água tem o poder de limpar qualquer energia negativa que esteja contida nos objetos.
Este é um “ Causo” que aconteceu comigo e confirma que há muita coisa que foge ao nosso pobre entendimento !!!!
Graça, maio/2012
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