domingo, 4 de dezembro de 2011

Contagem Regressiva 19 dias para o Natal ( Minhas memórias)

             Passei uns dias sem fazer minha contagem regressiva e agora me dei conta de como estamos perto do Natal e tudo gira em torno das festas. É uma agitação contagiante, gostosa ,que me enche de entusiasmo !  Fico louca prá ver de perto todas as coisas bonitas que se espalham pela cidade enchendo-a de luzes e de enfeites maravilhosos. Tudo me encanta e emociona , me fazendo lembrar dos tempos de criança.
             Hoje, minha viagem ao passado, me leva à praia, nossa inesquecível Barra de Serinhaem, palco de muitas aventuras de todos nós. Até essa mordomia, que hoje cabe a quem tem uma melhor condição financeira, papai, com seus poucos recursos, conseguiu nos proporcionar. E verdade seja dita: como nos proporcionou !
             A princípio, ele alugava uma casa que ficava na praça principal do lugarejo. Alí, tinha tudo de mais importante: a igreja, a padaria, o clube e as casas das pessoas mais importantes do lugar. Tinha até uma casa de 2 andares, de um dono de praia de coco. No final da rua ficava o porto, com seu cheiro inconfundível de rio e de maresia. Lia tinha umas amigas que moravam perto do porto e sempre me levava lá. Lembro que caminhávamos pela praia, nos finais de tarde e eu brincava com os sargaços e um tipo de caniço que o mar .trazia. São retalhos de lembranças que guardo até hoje.
            A casa alugada , se localizava nos fundos da " casa grande", que ficava à beira- mar e que tinha um cata-vento. Eu morria de vontade de entrar lá, porque na minha cabecinha infantil era como se fosse um castelo encantado. Uma grande cerca, separava a nossa casa do terreno imenso da outra, onde havia uma abundância de frutas, as mais deliciosas que já comi. Tinha manga de todas as espécies, principalmente a rosa e também jambo, daqueles bem branquinhos e rosados, doces como mel. Lia, muito safada, enfiava Luiza, pequenininha, pela fenda da cerca e a mandava pegar as mangas caídas no chão. Mamãe reclamava mas ela sempre cometia esses pequenos furtos . Os donos da casa nem se importavam com isso, acho que não ligavam para o que tinham no pomar.No nosso quintal, tinha um poço, no qual nossa caçula quase caíu, dando o maior susto em mamãe. Nessa casa, passamos alguns verões e o conforto era o mínimo do mínimo. Lembro do banheiro no quintal : era uma palhoça, sem teto, sem nada  mas  isso não impedia a nossa felicidade. O sonho de papai era construir a nossa casa do jeito que ele sonhava e com grande sacrifício conseguiu realizá-lo.
           Veio a fase da construção e com ela a nossa curiosidade. Não tivemos muito acesso ao projeto, porque na época a praia era muito longe. Não tínhamos como ir lá sempre. Papai ia a cavalo ou charrete e fazia tudo por sua conta. Ele mesmo projetou tudo e nós acompanhávamos os seus relatos. Não lembro em quanto tempo ficou pronta, talvez porque não nos preocupássemos com isso.Mas lembro da nossa alegria da primeira temporada na casa nova. Não importava se não ficava à beira-mar e se tinhamos que andar um bom pedaço, para chegar até lá. Importava sim que os nossos verões estavam garantidos e realmente foram maravilhosos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário