segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Contagem Regressiva 12 dias para o Natal ( Minhas memórias )

                    Estamos muito perto do Natal e eu sei que muita gente não pode compartilhar dessa ansiedade que nos envolve. Quantos estão doentes do corpo e do espírito  e por vários motivos, nem sequer tomam conhecimento de toda euforia em torno das festas de final de ano ?  Infelizmente não podemos fazer nada para lhes devolver a alegria e só nos resta pedir a Deus que amenize o seu sofrimento e que os faça lembrar que as promessas de Jesus continuam valendo para todos e que mais uma vez se renovam, para que o mundo possa ser melhor. Que a sua dor de hoje, não lhes tire a força, a fé, a certeza de que a vida é um dom divino e mesmo que tudo pareça insuportável hoje, haverá um outro dia amanhã, cheio de surpresas e de renovações. Para essas pessoas, eu diria que o Cristo Consolador não as abandona nunca e está ao seu lado, secando suas lágrimas, curando suas feridas, amenizando as suas dores e lhes dando coragem para continuarem suas tragetórias que irremediavelmente, os levarão até Ele, um dia.
                    Minhas recordações de hoje são lá da Usina Trapiche, da nossa casa, da nossa família, muito de Papai, de suas várias facetas de personalidade. Além de ser tudo que eu já falei antes, ele era muito culto, gostava de ler e escrever e nos incentivou principalmente a ler. Ele costumava dizer que ler o jornal, já era suficiente para se manter atualizado e com bons conhecimentos gerais. Vale à pena frisar que naquela época, não havia televisão, nem computador, nem calculadora e muito menos a praga do vídeo game. Ou lia bastante, estudava muito e aprendia a fazer conta de cabeça, ou ficava ignorante. Não tinha escolha e acho que isso contava e muito para um melhor aprendizado. Naquela época, não se passava de ano sem saber a matéria ensinada. As pessoas não saiam da faculdade sem saber o que fazer e tinham que se esforçar para serem bons naquilo que escolhiam como profissão. Eram outros valores , não querendo desfazer de quem hoje, tem realmente interesse em saber e não apenas em ganhar dinheiro.
               Seu Abel gostava de política e várias vezes se candidatou a um cargo de Vereador no Município vizinho.Conseguiu uma vez como suplente e foi a" glória." As pessoas prometiam votos e na hora H , não era ele o candidato de sua preferencia. Isso o decepcionava muito e, por um tempo, ouvindo os conselhos de Dona Graça, jurava não se meter mais com política, até a próxima eleição quando seu nome era lançado de novo. Não dava prá ficar de fora se podia oferecer seus préstimos à população de sua terra natal.
               Dia de eleição, lá em casa era uma festa. Papai, Mamãe e Lia , os votantes da familia, tomavam aquele banho especial, vestiam a melhor roupa, se enchiam de perfume e iam os três, no jeep da Usina, condução que era disponibilizada para os eleitores, até Serinhaém cumprir a sua cidadania em grande estilo. Antes, era a maior confusão. Mamãe não sabia onde havia colocado os títulos seu e de Papai, o que gerava muita choradeira e nervosismo da coitadinha. Enfim, conseguiam ir até as urnas, com os nomes dos candidatos indicados pelo Seu Abel. -Puros votos de cabresto!  Na cidade vizinha, era uma festa onde todo mundo conhecido se encontrava, mesmo quem já morava em outro lugar e voltava sempre naquele dia para votar.
               Lembro de uma eleição e essa ficou marcada na história, em que Papai era candidato e sabia que na seção de Mamãe e Lia, que era a mesma, ele teria garantidos os  votos das duas. Muito bem. As urnas foram apuradas e veio a grande decepção para Seu Abel, que contava com um certo número de votos e com certeza , aqueles dois. Acontece que ele não conseguiu se eleger e justo na referida urna, só tinha um voto.  Foi um fuzuê daqueles : Papai queria saber quem não votou nele, se Lia ou Mamãe e esta, chorona como era ,jurava entre lágrimas que votara nele. Nunca ficamos sabendo a verdade e só há pouco tempo, Lia confessou que votou num outro candidato, seu namorado na época , o Tonho da Barra. Papai morreu sem saber dessa terrível traição.
                Quando Vereador, Papai discursava nas sessões da Câmara e seus discursos eram escritos em tiras de papel almaço e, lidos em casa, por ele que imprimia um tom solene à voz. Aquelas tiras eram dobradas cuidadosamente e guardadas no bolso ,para serem lidas na hora certa. Ele escrevia muito bem, tinha uma letra linda e posso afirmar que era um ótimo orador, pelo menos prá mim,que gostava de ouvi-lo falar.
                Dos seus filhos , só Carlos e Valério se interessaram por política. Carlos foi Vice-Prefeito de Serinhaém e era tão desligado que no dia da posse, tiveram que buscá-lo em casa, porque ele havia esquecido. Valério foi Vereador com uma campanha cujo slogan era " ARROCHA O NÓ " ! Se ele arrochou alguma coisa , não sei. Nessa época , já não estávamos mais na Usina. Essa parte  do seu perfil, fica por sua conta, e eu fico na torcida para que todo mundo escreva um pouco de suas memórias!!!
               
        
              

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