quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Contagem Regressiva 17 dias para o Natal ( Minhas Memórias)

               Quanto mais se aproxima o Natal, mais me empolgo com tudo que vejo à minha volta. Agora, é evidente que estamos quase lá. Proliferam as mensagens, cada uma mais bonita do que a outra e as decorações de lojas, ruas e shoppings , são cada ano mais encantadoras, deixando as cidades engalanadas.
É um verdadeiro festival de luzes e cores, colírio para nossos olhos e alegria para nossos corações!
Como seria bom se o mundo todo fosse envolvido por essa energia e que se erguesse uma bandeira branca de paz entre os povos e que todas as pessoas pudessem comungar do mesmo sentimento de fraternidade, de amor e de alegria! Como seria bom se todos pudessem partilhar o pão de todo dia, sem fome, sem miséria, sem ódio e com esperança no coração! O Natal enseja essa harmonia universal, o que infelizmente não acontece para todos!
                Meu espírito se enche de felicidade, diante da presença de toda essa arrumação em torno das festas natalinas com a mesma força de quando criança, o que me faz buscar os guardados da memória e ir correndo para a Barra de Serinhaém, o nosso pedacinho de praia, tão grande na nossa infância. Lá, nós não éramos " amigos do rei " e sim os próprios reis. Nosso castelo estava lá, nos esperando e com certeza reinaríamos por um bom período de tempo, o suficiente para ficarmos negrinhos de tanto sol, com os cabelos dourados e cheios de sal. 
                Os primeiros dias na casa nova, foram de descobertas e marcação do território. A novidade de dormirmos todos no mesmo quarto era excitante. Havia sempre um engraçadinho fazendo medo ou perturbando o sono dos outros. À noite, sem luz, ficávamos na varanda contando e ouvindo histórias, cantando cantigas que Valério trazia do seminário, curtindo a lua e as estrelas daquele céu ímpar. Ao toque de recolher de mamãe, apagava-se o candeeiro a querozene e íamos todos prá cama.                                 O madrugador era Murilo que nos acordava com o bordão : " Vamo acordar, vamo acordar. Passarinho que é passarinho, já tá no oco do mundo"! Cantando também , sua musiquinha chata : " Palagolá, legolé, ligolí, logoló, lugulú...gulú...   gulú..."  Pulávamos da cama e íamos fazer caminhadas pelo mato  a dentro em busca de cajús, mangabas e massarandubas. Íamos longe e sempre trazíamos alguma fruta . Na hora do banho de mar, íamos todos com mamãe e Lia, com nossas alpargatas, naquelas areia quente, sol escaldante, até a nossa praia particular,brincar nas águas nem sempre tranqüilas, dependendo da maré. Às vezes tinhamos que enfrentar a fúria das ondas, o que fazíamos sem grande dificuldade.Afinal, sabíamos nadar como peixes. Tínhamos curso de natação na barragem da Usina Trapiche. Voltávamos famintos e nos deliciavámos com os quitutes do mar que mamãe preparava . Banho, era só de mar e uma lavadinha safada de água doce, no corpo, no final da tarde, para não írmos deitar com areia nos pés.   Ficávamos com os cabelos duros, cheios de sal e isso era o normal. Não tínhamos chuveiro...fazer o que?
                   Papai ia nos finais de semana e costumava fazer pescarias, ir até a Ilha de Sto Aleixo, com os meninos, programas dos quais "euzinha" não participava, por ser menina. Ele tinha um amigo pescador, Movel, de quem alugava a jangada para os passeios. Na casa desse homem , tinha mangueiras e papai comprava aquele monte de mangas espadas e rosas, as mais saborosas que já provei e nós devorávamos as frutas com avidez. Era uma fartura sem igual !!!
                   Não dá prá esquecer tanta coisa maravilhosa e  eu ,com minhas simples palavras, não consigo descrever  tudo que tivemos na nossa infância tão rica e tão feliz ! Como eu gostaria de poder agradecer a Seu Abel e Dona Graça, a benção de ter sido um de seus frutos !    Agradecer por tudo que nos proporcionaram, pela FORTUNA  que nos legaram e que ninguém, por mais que se esforce, pode avaliar!!!



          

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