terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Contagem Regressiva 11 dias para o Natal (Minhas Memórias )

                 É  Natal  em toda parte e na Rede Globo também. Como ficou bonita a mensagem deste ano, com Roberto Carlos cantando junto com o pessoal da emissora ! O Rei , com sua figura doce,expressando um sentimento de paz e de simplicidade, deu um toque especial à mensagem de sempre. Não sei bem o que, mas ele me passa a sensação de uma pessoa  muito  iluminada.      Acho que é isso mesmo!
Deus não permitiria que ficasse tanto tempo em evidência, sempre muito discreto, religioso, sem escândalos, transmitindo sentimentos tão bons e mexendo com o emocional de tanta gente, se não fosse uma boa pessoa. E olha que ele já teve uma grande dose de sofrimentos e tribulações. Suas perdas foram significativas e mesmo assim, ele se mantém firme, sensível, temente a Deus e levando alegria ao coração de muita gente, com sua música  romantica.      Sei que nem todos gostam do que ele canta, mas temos que admitir que é um exemplo de ser humano. O sucesso e o que ele traz consigo, como poder e dinheiro, na maioria das vezes, transforma as pessoas em arrogantes e prepotentes, deformando seu caráter e provocando em todos um sentimento de repulsa, o que não aconteceu com Roberto. No comêço de sua carreira, ele era um jovem como todos os outros, empolgado com carrões, com velocidade e naturalmente  com as coisas novas que a carreira lhe dava, mas nunca se envolveu em situações negativas, sendo sempre muito querido e pestigiado. Adorei vê-lo na mensagem natalina da Globo, que conseguiu passar amor e alegria para todos neste Natal !
                   Como sempre , minhas memórias vão muito longe, buscar sentimentos e vivências de um passado , que prá  mim, não parece passado, tão forte é a sua marca na minha vida.
                   Continuo a falar de Seu Abel, o sábio que conhecemos de perto. Não quero dizer com isso, que foi um homem sem defeitos. Claro que tinha os seus, mas a sua sabedoria os sobrepujava. Ele era metido a médico também. Quando ficávamos doentes,  tinha sempre um remédio indicado e até aplicava injeção e tudo. Sua aplicação era horrível porque tinha uma mão pesada, mas fazer o que ? Tínhamos que nos submeter a isso e sofríamos com as injeções de Penicilina e Angino-Bismuto que faziam parte da sua farmácia particular. Tinha também os Calcios ,Vitaminas , Óleo de Fígado de Baclháu, além do remédio contra verminose que era um horror. Uma vez por ano tomávamos, em jejum, tantas cápsulas quantos anos tivessemos de idade e aquilo estourava no nosso estômago ,como uma bomba atômica. Ficávamos o dia todo sem poder comer, à base de chá e torrada. Era o dia " D " da nossa infância. Carlos não conseguia engolir as cápsulas e estas eram dissolvidas em água para que as tomasse. Eu, era mais esperta e dizia que tomaria tudo sem precisar de ninguém me vigiando e  não tomava nem a metade, que escondido jogava para as galinhas. Toda vez que lembro desse tenebroso episódio, posso sentir o gosto horrível do famoso vermífugo. Que diferença dos remédios atuais !!!  Da mesma forma, ele medicava Mamãe e se automedicava também. Em casa tinha todo o necessário para o serviço médico e de enfermagem. Havia uma caixa de metal, onde era guardada a seringa de injeção e agulhas que eram esterilizadas no fogo, em água fervente.
                   A bendita seringa tem uma boa história. Eu, curiosa que nem um gato, resolvi examiná-la e saber como funcionava. Fui lá na caixinha, às escondidas e mexe daqui, mexe dali, encaixei o êmbolo no tubo de vidro da seringa e coloquei o dedo no lugar onde vai a agulha, vedando o tubo.Empurrei o êmbolo como se fosse aplicar a injeçaõ e não deu outra . O negócio explodiu e a dita cuja ficou em pedaços. Guardei tudo direitinho na caixa e coloquei de volta no lugar, ficando quieta, como se nada tivesse acontecido. Um belo dia, Papai foi pegar a seringa para usar e percebeu o estrago. Perguntou a um, a outro ,quem tinha mexido e ninguém se acusou. Fiquei quieta e ele muito zangado, não admitindo mentira, pegou a Chiquita ( uma palmatória) e ameaçou dar uns bolos em cada um até alguém confessar o crime. Luiza, por ser pequena, ficou de fora da punição e em fila nos preparamos para o castigo. O primeiro da fila era o mais novo, Eduardo e ,eu seria a segunda. Com certeza, iria apanhar todo mundo se Eduardo, em prantos não tivesse confessado. Coitado do meu irmão !   Quando Papai levantou a mão, ele chorando, declarou :- " Fui eu"!  O caso acabou alí, depois de um longo sermão de Papai, sobre a necessidade de assumir um erro. Ninguém, nunca ficou sabendo do meu mal feito e eu carreguei essa culpa na consciência, por muitos anos, sempre contando ao padre , no confessionário, toda vez que me confessava. Só revelei o meu crime há algum tempo atrás, quando sabia que não corria nenhum risco. Eduardo pagou " O Pato", ninguém apanhou e eu saí de boa.
             Ainda sobre o médico Abel, tem a história da Chimbica, nossa galinha de estimação. Ela escapou de ir prá panela, não sei porque, só sei que ficou velhinha e era o xodó de todos. Ela botava ovo de qualquer jeito, pelo quintal  e fazíamos uma festa quando encontrávamos algum. Quando tinha galinha no almoço, vinha sempre a pergunta se era a  Chimbica. Morríamos de medo de comer a coitada ! Um dia, ela foi picada por uma cobra e ficou mal, com o pé muito inchado. O Dr Abel. não teve dúvidas e resolveu tratá-la com Penicilina , aplicando-lhe um monte de injeções, o que lhe salvou a vida. Chimbica morreu de velha e temos que admitir que Papai exercia seus dotes médicos com muita presteza.

Um comentário:

  1. Bem, não vai servir de consolo, para vc, como também não serviu, para mim.Quando garoto, quando a garganta estava inflamada, anos 50/60, minha mãe aplicava uma injeção vermelhinha, dolorosa como ela só, do milagroso Angino - Bismutho, era assim que se escrevia.Depois da Web, fiquei curioso e resolvi tirar a limpo, a COMPOSIÇÃO do medicamento.Que decepção! Eu melhorava APESAR do remédio e não por causa dele.A composição do dito cujo?Óleo de amendoim.E pensar, que tomei essa injeção, ( porcaria de medicamento inútil) muitas e muitas vezes!

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