sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Contagem Regressiva 8 dias para o Natal (Minhas Memórias )

                   Faltando apenas uma semana para o Natal, a minha ansiedade cresce e eu me descubro remexendo as coisas do passado e renovando as minhas energias para não desanimar diante dos problemas do presente. Meu corpo tem que acompanhar o espírito e se manter firme para garantir a festa de todos. Amanhã já começo a fazer meu bolo de Natal, aquele com vinho , cheio de ameixas, passas e frutas cristalizadas, que todo mundo adora. Normalmente, faço uma quantidade muito grande e todos que participam da nossa festa aqui, no sítio, leva um bolo prá casa. Isso é coisa minha, que já se tornou tradição. Só que agora, preciso de ajuda e ela vem amanhã, através da Leila e do Júlio. Vou por os dois prá trabalhar. Aprendi a fazer essa delícia com Lurdes, nossa prima , no Natal de 1964. Desde então, faço todo ano, com muito gosto.
                   Hoje, eu vou voltar ao início dos anos 60, lá prá 62/63. Nessa época, eu morava na casa de tia Mana,  minha madrinha, a quem devo meus estudos no Instituto Maria Auxiliadora, na Capunga em Recife. À principio, fui interna de 57 a 60 e depois , na vez de Luiza começar o ginásio, fui morar com tia Mana , onde fiquei durante 3 anos e minha irmã tomou o meu lugar no internato.Da tia Mana, só tenho boas recordações. Ela foi muito boa comigo e com todos nós. Os meus irmãos, iam visitá-la e sempre ganhavam o dinheiro para irem ao campo de futebol, o que era uma benção. Comigo, não era diferente ; sempre havia um dinheirinho embaixo dos meus livros pela manhã. Aprendi muito com ela e procurava ajudá-la a cuidar de Maria das Graças, sua neta , um pouco mais nova que eu , mas uma verdadeira criança, porque era portadora de down. Quando eu morava lá , Lurdes e Antônio, sempre me convidavam para algum passeio e às vezes eu ia prá casa deles ficar com as meninas Rosa, Angela e Aninha, quando ele iam fazer algum programa à noite. Lurdes me ajudava nas lições de inglês e eu adorava ir prá lá , tanto que acabei morando dois anos com eles. Nesse tempo, Luiza saiu do internato e ficou com tia Mana.
                    Antônio e Lurdes, literalmente me adotaram. Quando eles ainda moravam perto do Derbi, na rua Artur Orlando, era muito engraçado. Lurdes não aguentava mais aquela casa que foi ficando pequena e os dois resolveram construir uma nova, na Madalena. Antônio, sempre foi um grande bagunceiro e Lurdes, filha de tia Mana, cheia de etiquetas, queria morrer com as palhaçadas de seu marido.Nessa época, eu já fazia o curso Normal e dava aulas numa escolinha perto do trabalho de Antônio , que me dava carona de manhã. Ele era terrível. Prá começar, me apelidou de Guarajuba ( acho que o certo é garajuba, o peixe) porque eu tinha muita bochecha. Até hoje, as meninas me chamam de Guara.
                    Durante a construção da casa nova, a ordem era apertar o cinto e Anônio deixava Lurdes louquinha, com sua bagunça.Rosa e Aninha brigavam muito e numa dessas brigas, Aninha revidando alguma coisa que Rosa  disse e ela não gostou, falou para a irmã que ela tinha que casar com um homem muito rico para lhe comprar bastante lençóis, isso porque a outra fazia xixi na cama.                                              
                   Terminada a construção, mudamos para a nova casa e lá havia muito espaço, a casa era linda e cada um tinha seu quarto, com armário embutido, tudo nos trinks, embora faltasse muita coisa de acabamento e móveis. Rosa dividiu seu quarto comigo e assim foi durante 1 ano. Antõnio era gerente regional da Willys Overland e sempre recebia visitas do Presidente e Diretores da empresa , bem como outras pessoas que tabalhavam com ele. Toda visita que ia lá , ele levava para mostrar a casa. Eramos avisadas para manter tudo arrumado. Angela não dava problema, era muito organizada. A pior era Aninha que enfiava as roupas e os brinquedos no armário, de qualquer jeito. A primeira coisa que seu pai fazia quando entrava no quarto dela, era abrir o armário diante da visita. Não dava outra. Quando abria a porta, caía tudo no chão e ele se devertia com isso. Uma vez, ele tinha levado alguém importante da empresa e eu tinha acabado de sair do banho e, estava enrolada na toalha e sem pintar as sobrancelhas. Quando percebi que estavam chegando, me escondi atrás da porta do quarto de Rosa. Ele entrou no quarto com a visita e puxou a porta prá me sacanear. Foi um vexame ! Quase morri de vergonha e ele durante muito tempo, tirou sarro da minha cara.
              São muitas as recordações e eu não podia deixar de registrar a minha convivência com pessoas tão importantes na minha vida. Aprendi muito com todas elas e sou muito grata pelo que fizeram comigo. Hoje, resta a saudade de Antônio que se foi e muita saudade também de Lurdes, de Rosa, de Gigi e de Mima, por estar tão longe delas.
                    

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